domingo, 20 de abril de 2008

Relato do dia 19/04, segundo Graciele


O encontro do dia 19/04 foi muito proveitoso. Lemos um Texto de Machado de Assis, “Idéias do canário” e sua visão de mundo na gaiola, em uma gaiola maior e depois no mundo. Existia também a presença de um outro personagem que era o senhor Macedo que possuía uma outra visão do mundo de maneira científica (com olhar de professor). Relacionamos a Escola como uma gaiola e nós seríamos o canário. E que visão de mundo tem os nossos alunos? Qual visão queremos despertar neles?

Durante a manhã discutimos sobre os conceitos de Cultura, sujeitos, saberes, identidade e prática. Verificamos que esses conceitos se relacionam e interagem com o que significa a educação física e os docentes que participam dela.

Conversamos sobre alguns autores que em seus trabalhos pesquisaram sobre a docência, e as características que demarcaram a suas práticas a partir da década de 90. DAOLIO (1995), BORGES (1995), JÉBER (1996), MOLINA NETO (1998, 2004), BRACHT (1999), ALMEIDA JÚNIOR (2002), FIGUEIREDO (2004). Alguns desses autores citados perceberam que a educação física em alguns momentos era tratada como uma simples atividade destituída de conhecimento. Apenas os dois últimos avançaram em relação à condição de vivência dos professores (muita relação com a prática esportiva) atrelada a formação acadêmica, e juntas refletiram na sua docência.

Na parte da tarde a conversa foi voltada para o nosso memorial, fizemos o exercício de ler e comentar como foi a escrita de cada um, identificar também o que nos levou a fazer o curso (a influência do esporte, a vontade de ser professores). Durante a conversa refletimos e até colocamos em questão o motivo da escolha pelo curso. Ao final conseguimos verificar o quanto a narrativa (nesse caso oral) facilita o entendimento de algumas fases em que a vida escolar, acadêmica e profissional nos desperta questionamentos e, nos relembra de fatos importantes.
Terminamos o dia com a pergunta: O que é ser professor de E.F hoje?

Gostaria que cada um comentasse. BJKS Graciele

domingo, 13 de abril de 2008

TERCEIRO ENCONTRO

Oi gente.
Nosso 3º encontro foi marcado por um debate muito rico sobre três concepções de EF.
Inicialmente discutimos sobre o que é CULTURA.

Percebemos que muitas vezes nos apropriamos de conceitos e belas palavras, mas nossas práticas não refletem o que falamos. Por isso a necessidade de fundamentar estas práticas, de ter claro o que representam estes conceitos.
A CULTURA já está produzida, pré-definida, tendo eu somente que atingí-la ou eu a construo com minhas experiências individuais e coletivas?
A CULTURA FÍSICA deve ser ensinada aos nossos alunos ou devemos auxiliá-los a construí-la e reconstruí-la de forma consciente e crítica?
Esta BAGAGEM CULTURAL é apenas vivenciada em nossas aulas ou devemos construir nosso trabalho a partir dela?

Questões como estas foram discutidas, mas considero que elas devem estar sempre presentes, permeando nosso trabalho.
Clareando um pouco nossos conceitos de cultura aprofundamos nos textos lidos.
Apresentamos 3 aulas com objetivos distintos:
MELHORIA DA APTIDÃO FÍSICA – visão biológica, objetivo claro de produzir corpos fortes para a servir ao exército, de mão de obra e formar atletas.



Alongamento para início da aula de mini-circuito físico


.



Prof. Fabrine, em treinamento intensivo para melhoria de sua aptidão física



EDUCAÇÃO PELO MOVIMENTO - servir de piso para outras atividades


EF auxiliando o entendimento da Matemática



EDUCAÇÃO DO MOVIMENTO - aprimoramento do movimento



Aula para aprimoramento do saltar



Após as práticas percebemos que estes são processos de aprendizagem distintos e que há neles uma compreensão fragmentada do movimento. Que o desenvolvimento motor não pode estar distante do meio social no qual está inserido. E que há constante interferência deste meio no processo de aprendizagem. Desconsiderar esta influência significa não dar conta da FUNÇÃO SOCIAL da escola.
Nossas práticas culturais podem ser as mesmas, mas com uma ORGANIZAÇÃO METODOLÓGICA diferente. E é esta organização que trará QUALIDADE a elas. Ex. Não é alterando a regra do jogo que o fará interessante, mas alterar a CONSTRUÇÃO ESTRUTURAL das minhas aulas para que haja uma reconstrução coletiva dessas regras.

Quando trabalhamos na perspectiva da CULTUTA CORPORAL DO MOVIMENTO não negamos outras concepções, mas refletimos sobre o SENTIDO de nossas práticas. O SENTIDO que damos ao corpo, ao movimento, à cultura, ao processo de aprendizagem é construído através do contexto no qual estamos inseridos e reflete completamente na nossa AÇÃO. Por isso outra pergunta deve estar sempre presente em nossa cabeça: Qual o SENTIDO que orienta nossas práticas?
A aprendizagem é produzida dentro de um determinado contexto e isto não pode ser negligenciado. Elas acontecem a partir de um REALIZAR CORPORAL e um SABER sobre esse realizar que acontecem de maneira orgânica, única.
Outro ponto importante que deve permear nossa AÇÃO é a ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL. Através de uma análise e uma avaliação do desenvolvimento REAL podemos idealizar o desenvolvimento POTENCIAL, que será atingido a partir da RELAÇÃO COM O OUTRO. A ZDP é este caminho entre o real e o potencial.
A construção de uma AÇÃO QUALIFICADA, como vimos, demanda esforço, muito trabalho, muitos erros e acertos e TEMPO. Mas a busca por ela, e a consciência de que estamos no caminho certo já é um começo animador. E é esta certeza que nos dará força para ACREDITAR que nosso trabalho auxiliará na formação de um cidadão CRÍTICO, CRIATIVO, AUTÔNOMO, TRANSFORMADOR. Um abraço, Karla Costa.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Síntese do artigo

DIAGNÓSTICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO: IMAGINÁRIO DOS DIRETORES EM RELAÇÃO À EDUCAÇÃO FÍSICA
Autores: Andréia Dias, Emilene C. dos Santos, Fernanda Paiva, Francisco E. Caparroz, Giulliana V. Polati, José C. Frade, Kalline P. Aroeira, Nilza S. Souza, Omar Schneider, Rosely Pires, Sandra S. Della Fonte e Valter Bracht.

SÍNTESE
Introdução
Parte de pesquisa que procura analisar a\s condições comportamentais dos dirigentes escolares em relação à EF.

Metodologia
Pesquisa de campo partindo de amostras de 62 escolas do estado do ES. A coleta de dados foi realizada através de questionários, entrevistas e filmagens.

Entendimento de currículo/função social da escola
Entrevistas mostraram um entendimento conservador do currículo: todas atividades dadas na escola e matéria a serem dadas.
No pequeno grupo de diretores que entendem o currículo como direcionamento da escola como um todo, acontecem em suas escolas atividades extracurriculares com a preocupação de possibilitar aos alunos um confronto entre o saber da escola e a realidade social.
Quanto à participação dos professores de EF nas atividades extracurriculares nas escolas onde não existem professores não há o tema jogo, como se este conteúdo fosse de exclusividade deste professor.
Em relação à construção do PPP, observa-se uma relação de poder, sendo ele construído por um grupo restrito de pessoas, não acontecendo uma construção conjunta com a participação de toda comunidade escolar.
A função social da escola está explícita em documentos analisados, mas não se observa de forma clara nas falas dos diretores.

Visão dos diretores/supervisores sobre a função da EF/esporte na escola
66% dos diretores pesquisados atribuem um papel específico à EF, enquanto 33% não percebem esta especificidade.
45% dos diretores confere à EF a função de socializar o aluno, enquadrá-lo à sociedade, discipliná-lo e introduzi-lo à competição.
Outra visão presente entre os diretores(15%) é a de compensação, devendo a EF relaxar estes alunos e fazê-los extravasar a energia.
13% deles acham que a EF deve auxiliar as demais matérias, 10% acham que a EF deve desenvolver a coordenação motora do aluno e 8% pensam que ela deva formar atletas.

Avaliação da situação da EF e sugestões para sua melhoria
A maioria dos diretores fez uma avaliação negativa, considerando-a caótica e péssima. Esta avaliação está mais relacionada às condições de trabalho do professor e às instalações. Mas quando oferecem sugestões, a maioria dos diretores propõe a formação continuada do professor. O que indica uma contradição, que pode ser explicada pelo fato de além de melhoria nas instalações seja fundamental o aperfeiçoamento do professor. Mas não há uma procura dos professores pela biblioteca da escola para fundamentar suas práticas, apesar da maioria delas possuir boa quantidade de livros sobre a área.

Considerações finais
Na visão dos diretores pesquisados, de um modo geral, há uma necessidade de melhor formação do professor e melhores condições de trabalho, mas para se aplicar numa pedagogia funcionalista da EF.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

2º Encontro

Bom moçada, vamos começar nosso blog já tendo os dois encontro pra estar comentado, pois vai ai o relato da nossa segunda aula na visão do Renatinho.
Bom, a leitura do texto no inicio da semana me deixou meio desanimado, pois se tratava de um texto já lido pela maioria e não me parecia muito legal estar vendo a mesma obra. na quinta-feira, quando dei uma olhada no meu e-mail, estava lá mais um artigo para ser lido, dai veio a confusão, o que tem a ver esse texto com o artigo. Ai veio a aula, com todos os esclarecimento e conhecimento do Fabrine para nos orientar como proceder em uma leitura académica.
Deste modo conseguimos chegar a um denominador comum. Fazer a retirada das palavras chaves de cada paragrafo é primordial para uma boa leitura. Aprendemos que a partir de uma leitura por parte devemos fazer um link com o título e com o objetivo para que o entendimento seja mais tranquilo, ou que pelo menos, nos dê um norte a seguir.
Então galera se o proposito de relatar é provocar um dialogo, fica aqui minha contribuição, que juntamente com a do Gustavo, vai dar uma boa discussão.

domingo, 6 de abril de 2008

1° Encontro, segundo Gustavo Torquato

Olá amigos! Que bom estar começando a nossa Especialização em Educação Física Escolar pela Fundação Helena Antipoff. O primeiro encontro foi ótimo e animador, pois o encontro com nossos colegas de profissão e os notáveis professores me deixou contente. A minha expectativa quanto ao curso é de que tenhamos discussões importantes sobre as nossas aulas na escola com todo embasamento e orientação teórica de nossos professores e autores importantes da área. Na primeira conversa com o coletivo pude imaginar outras expectativas dos colegas que não havia passado em minha cabeça, como estar mais credenciado com a especialização, a dar aulas em faculdades. Após uma rápida e pequena apresentação dos colegas, do curso e do orientador tivemos uma grande surpresa, que ao meu modo de ver, mostrou a importância e a “riqueza” de conhecimento em que teremos em nosso curso: uma aula inaugural com o Tarcísio Mauro Vago, referência da nossa área que fala com tanta propriedade, sinceridade e convicção sobre a educação física escolar. Tarcísio nos apresentou cinco temáticas importantes para pensarmos a educação física na escola durante o nosso curso: compreender a escola como lugar público de cultura; reconhecer o humano como produto da cultura; reconhecer nos corpos humanos a cultura; reconhecer professores e estudantes como sujeitos praticantes; e compreender o ensino de educação física na escola como um projeto de formação. Houve primeiramente uma reflexão da escola e da cultura como um bem permanente a ser tratado pela e na escola. Seguimos pelos caminhos e compreensão da educação física, pensando em seus sujeitos alunos e sujeitos professores e importância da educação física. Ao término tivemos um emocionado relato do Tarcísio quando perguntado qual seria a motivação que o levara a escolher a Educação Física como profissão. A motivação mais relevante foi a de seguir um sonho de ser jogador de futebol, além de sempre ter brincado na rua, com os amigos, gostar de esportes... Com a aprovação no vestibular e com o decorrer do curso, a escola e o “ensinar” aos alunos o despertou para a educação física escolar e o fascinou, levando a mais a adiante a estudar e especializar cada vez mais sobre isso. O que me chamou a atenção foi que a minha história na educação física se confunde um pouco com o início da história acadêmica do Tarcísio, uma vez que da minha infância até a adolescência fui jogador de basquetebol e a minha motivação maior de fazer o curso de educação física era seguir como professor ou treinador desse esporte, não esquecendo também do fato de meus pais serem professores. Com o passar do curso eu também me senti atraído pela educação física na escola e espero seguir neste rumo. Assim terminamos a primeira parte do dia e após um intervalo de almoço retornamos com nossos professores Admir e Fabrine. Foi nos proposto um memorial de nossa formação, passando pelas nossas experiências desde a infância até nossas aulas de hoje na escola. Através de narrativas contaremos e posteriormente re-pensaremos sobre o que nos marcou a educação física durante a nossa vida, com a pergunta central de “como nos tornamos professores(as) de educação física?” Já pensando em momentos do meu memorial vou terminando por aqui este relato que com certeza fará parte da minha trajetória acadêmica. Até a próxima aula!

Gustavo Torquato