domingo, 13 de abril de 2008

TERCEIRO ENCONTRO

Oi gente.
Nosso 3º encontro foi marcado por um debate muito rico sobre três concepções de EF.
Inicialmente discutimos sobre o que é CULTURA.

Percebemos que muitas vezes nos apropriamos de conceitos e belas palavras, mas nossas práticas não refletem o que falamos. Por isso a necessidade de fundamentar estas práticas, de ter claro o que representam estes conceitos.
A CULTURA já está produzida, pré-definida, tendo eu somente que atingí-la ou eu a construo com minhas experiências individuais e coletivas?
A CULTURA FÍSICA deve ser ensinada aos nossos alunos ou devemos auxiliá-los a construí-la e reconstruí-la de forma consciente e crítica?
Esta BAGAGEM CULTURAL é apenas vivenciada em nossas aulas ou devemos construir nosso trabalho a partir dela?

Questões como estas foram discutidas, mas considero que elas devem estar sempre presentes, permeando nosso trabalho.
Clareando um pouco nossos conceitos de cultura aprofundamos nos textos lidos.
Apresentamos 3 aulas com objetivos distintos:
MELHORIA DA APTIDÃO FÍSICA – visão biológica, objetivo claro de produzir corpos fortes para a servir ao exército, de mão de obra e formar atletas.



Alongamento para início da aula de mini-circuito físico


.



Prof. Fabrine, em treinamento intensivo para melhoria de sua aptidão física



EDUCAÇÃO PELO MOVIMENTO - servir de piso para outras atividades


EF auxiliando o entendimento da Matemática



EDUCAÇÃO DO MOVIMENTO - aprimoramento do movimento



Aula para aprimoramento do saltar



Após as práticas percebemos que estes são processos de aprendizagem distintos e que há neles uma compreensão fragmentada do movimento. Que o desenvolvimento motor não pode estar distante do meio social no qual está inserido. E que há constante interferência deste meio no processo de aprendizagem. Desconsiderar esta influência significa não dar conta da FUNÇÃO SOCIAL da escola.
Nossas práticas culturais podem ser as mesmas, mas com uma ORGANIZAÇÃO METODOLÓGICA diferente. E é esta organização que trará QUALIDADE a elas. Ex. Não é alterando a regra do jogo que o fará interessante, mas alterar a CONSTRUÇÃO ESTRUTURAL das minhas aulas para que haja uma reconstrução coletiva dessas regras.

Quando trabalhamos na perspectiva da CULTUTA CORPORAL DO MOVIMENTO não negamos outras concepções, mas refletimos sobre o SENTIDO de nossas práticas. O SENTIDO que damos ao corpo, ao movimento, à cultura, ao processo de aprendizagem é construído através do contexto no qual estamos inseridos e reflete completamente na nossa AÇÃO. Por isso outra pergunta deve estar sempre presente em nossa cabeça: Qual o SENTIDO que orienta nossas práticas?
A aprendizagem é produzida dentro de um determinado contexto e isto não pode ser negligenciado. Elas acontecem a partir de um REALIZAR CORPORAL e um SABER sobre esse realizar que acontecem de maneira orgânica, única.
Outro ponto importante que deve permear nossa AÇÃO é a ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL. Através de uma análise e uma avaliação do desenvolvimento REAL podemos idealizar o desenvolvimento POTENCIAL, que será atingido a partir da RELAÇÃO COM O OUTRO. A ZDP é este caminho entre o real e o potencial.
A construção de uma AÇÃO QUALIFICADA, como vimos, demanda esforço, muito trabalho, muitos erros e acertos e TEMPO. Mas a busca por ela, e a consciência de que estamos no caminho certo já é um começo animador. E é esta certeza que nos dará força para ACREDITAR que nosso trabalho auxiliará na formação de um cidadão CRÍTICO, CRIATIVO, AUTÔNOMO, TRANSFORMADOR. Um abraço, Karla Costa.

5 comentários:

Alunos/as do Curso de Esp. Ed. Física Escolar disse...

Oi Karla! Achamos muito interessante suas observações do encontro de ontem. Conseguimos ter mais clareza das 3 diferentes teorias e a relevancia da cultura em cada uma delas. o debate nos levou a compreender melhor o sentido da educaçao física, e como a aprender tem ligaçao com a cultura! Abraços Graciele e Gustavo

Paola Educação Física disse...

Bacana sua sintese!

gostaria de propor que retomassemos um questionamento do Fabrine, feito neste encontro, que se relaciona com o conteúdo de dança e nossos contextos, angustias, conflitos - quão significativas tem sido as experiencias que proporcionamos aos nossos alunos com relação à dança? que elementos temos trazido para ampliar a percepção de dança nas mais diversas expressões e atuações (autor, ator, espectador...)?

E mais: quanto da nossa experiencia pessoal se relaciona com estas perguntas? como nos relacionamos com a dança? quais significados assume?

bjk

Alunos/as do Curso de Esp. Ed. Física Escolar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alunos/as do Curso de Esp. Ed. Física Escolar disse...

Oi galera, espetacular nosso terceiro encontro, ainda mais com essa postagem de nossa amiga Karla, que foi de uma clareza imensa para entendermos e dialogarmos com as aulas que estamos por programar. Acredito que a organização pedagógica dessas aulas, procurando uma ação que contemple a todos os alunos, aproveitando o que eles tem de cultura vivida em seu meio, irá proporcionar sim, a formação de alunos críticos e transformadores.
abraços do Renatinho.

ailton cs disse...

Karla pude perceber neste terceiro encontro que,essa especialização nos ajudará a encontrar respostas para as nossas angustias.E agora o que aprendemos na graduação começa a ficar mais claro.Abraços Ailton