sábado, 24 de maio de 2008

Assembléia na carpintaria

Olá companheiros.
Ontem visitei a Bienal, atrás de alguns dos livros sugeridos na nossa pós e encontrei tesouros, que gostaria muito de partilhar com vocês.
Longe de querer usar este espaço para doutrinar, gostaria que nos despíssemos de conceitos ou pré-conceitos e para isso sugiro dois dos tesouros que encontrei:
Alteridade - a diferença que soma, da Editora INEDE
Projetos Valores Humanos também da INEDE
Esta editora está com uma exposição por lá, e tem outros títulos muito interessantes, mas estes dois, em particular, tem tudo a ver com o que estamos discutindo, e com esse novo olhar para a escola, independente de qual disciplina lecionamos.
Me permito citar um pequeno trecho do livro PVH para provocar algumas reflexões:
..."É inadiável encetar a desafiante tarefa na construção de grupos fraternos, incentivo ao trabalho em equipe na busca de mecanismos que melhor permitam ao ser humano a auto-aceitação, caminho primeiro para o autoconhecimento e autotransformação. Só se promove a aceitação, na medida em que nos permitimos nos mostrar tais como somos, sofrendo o desconforto da crítica, na superação do melindre e na compreensão da necessária diversidade que nos caracteriza."
E, para ilustrar esse parágrafo, vem esta estória:
ASSEMBLÉIA NA CARPINTARIA
Contam que na carpintaria houve estranha assembléia: uma reunião de ferramentas para acertar diferenças. Um martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria de renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho e, além do mais, passava o tempo todo golpeando. O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que o parafuso também fosse expulso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo.
Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no relacionamento com os demais, entrando sempre em atrito.
A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse o metro que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fora o único perfeito.
Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o metro e o parafuso. Finalmnente, a rústica madeira se converteu em fino móvel.
Quando a carpintaria ficou novamente só, reisntalou-se a assembléia e reativou-se a discussão. Foi então que o serrote tomou a palavra e disse:
-Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas qualidades, com nossos pontos positivos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos, e concentremo-nos em nossos pontos fortes.
Então a assembléia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar asperezas, e o metro era preciso e exato.
Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram alegria pela oportunidade de trabalhar juntos. Ocorre o mesmo com os seres humanos.
Quando uma pessoa busca defeitos em outra, a situação torna-se tensa e negativa. Quando se busca com sinceridade os pontos fortes dos outros, florescem as melhores conquistas humanas. É facil encontrar defeitos, qualquer um pode fazê-lo. Mas encontrar qualidades....Isto é para os sábios!!!! Alice Gray.

E aí... como que por vezes, nos vemos verdadeiros parafusos, martelos, metros....ou o que é pior, enxergamos nos outros tais ferramentas.
Não me culpo por isso, mas o que nos diferenciará será como lidamos com isso, e o que fazemos para mudar. E, essa mudança tem que ser primeiramente íntima, só depois, conseguiremos atingir o outro.
O que acham... eu enxerguei muito de nossas discussões nesse texto, espero que vocês também.
Se interessarem, posso emprestar os livros, já os devorei e foi muito bom.
Um bom fim de feriado, e até sábado.
Karla Costa.

3 comentários:

Anônimo disse...

Karla,
fomos com o pessoal da minha escola do EJA na quarta feira, lá na bienal. Gostei do salão, do ambiente, da variedade. Não achei muitos livros específicos de Educação Física. Achamos mais sobre metodologia e muitos, mas muitos de literatura. Bom, não pude também sair olhando tudo, pois tinha "compromissos" com os alunos da escola. Comprei apenas 2 livros, depois empresto pra quem interessar. Abraços, Gustavo e Graciele.

Anônimo disse...

Estivemos lá no primeiro dia, logo que saimos da nossa aula para o lançamento do livro da Vanessa e foi muito produtivo, pena que seja tão dificil adquirir da forma que precisamos, mas com certeza é um espaço que deveria ser visitado por todos.

Raquel disse...

Eu também compareci à bienal ,juntamente com o Renatinho e a Paola, comprei o livro da professora Vanessa (quem ainda não a conhece terá a oportunidade, pois ela será a nossa professora na especialização). Bom, o título do livro é Meninas-adolescentes Rituais, corpo e resistência eu ainda estou lendo e aliás, estou fazendo uma dinâmica que há muito não conseguia: que é ler o livro com calma saboreando cada palavra e termo... e o que tem mais me chamado a atenção, é a relação que essas meninas fazem com o corpo. Inúmeras vezes as próprias alunas reconhecem que abusam de "métodos" divulgados pela mídia para que seus corpos sejam aceitos nos padrões atuais da sociedade. A relação que essas alunas fazem com a Educação Física Escolar é quase um "boicote" uma vez que, elas não reconhecem aquela prática dentro da escola como válida mas nas academias acreditam que pode proporcionar um "verdadeiro milagre". Vale a pena também conferir a metodologia utilizada pela autora para desencadear a pesquisa. No apêndice do livro, foi disponibilizado o modelo do questionário utilizado para entrevistar as alunas. Enfim, uma boa dica para quem pretende fazer pesquisa de campo.. Bom quem quiser ler o livro me procurem pois terei um enorme prazer de emprestar...