segunda-feira, 19 de maio de 2008

registro do dia 10 de maio de 2008

Retomando a discussão da aula anterior, com o professor Luiz Alberto de Oliveira Gonçalves, onde tratamos na norma acadêmica, do conhecimento científico, sua constituição histórica, etc. a partir da leitura e reflexão dos textos sugeridos pelo professor Gounerson Luiz Fernandes:

• CHIZZOTTI, Antonio. A pesquisa em ciências humanas e sociais. In: Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006;
• DESLANDES, Suely Ferreira. A construção do projeto de pesquisa. In: pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994;
• GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. Cap. 2, 4 e 16. São Paulo: Atlas, 2002;
• MATTOS, Mauro Gomes de. Pesquisa cientifica. In: metodologia da pesquisa. São Paulo: Phorte, 2004.

Também na partilha das experiências pessoais ente o nosso grupo, tratando da norma, do conhecimento acadêmico e cientifico no contexto de nossas produções, e da importância do registro, tanto nas praticas cotidianas quanto no contexto acadêmico. O registro é um momento importante e necessário na analise e avaliação do cotidiano; na identificação de duvidas, questionamentos e questões passiveis de reflexão.
É necessária a articulação entre o conhecimento acadêmico e a prática cotidiana no contexto de nossas produções. Para tal é importante rever alguns conceitos e preconceitos que reforçam o abismo entre estes dois pontos:

• A imparcialidade é um mito, e as escolhas pedagógicas, as escolhas dos objetos de pesquisa ou instrumentos para avaliar/constituir uma análise já nos dizem a respeito das opções, idéias e conhecimentos a que nos filiamos. No caso das pesquisas referendadas nas ciências humanas, característico da proposta de produção do nosso curso e de nossa prática cotidiana, as questões emergem das práticas, dos alunos, dos contextos e ações manifestados ali. É necessário o cuidado de não ser tendencioso (fazer leitura dos fatos segundo considerações pessoais e interesses que respondam aos questionamentos levantados, balizando uma historia...); de contextualizar o conhecimento acadêmico, e ampliar o olhar ou as perspectivas dentro do objeto de estudo.

• Não há uma busca por verdades absolutas, nem tampouco a negação da hipótese apontada no estudo como alternativa, invalida a produção. Quando se busca a resposta a um problema, e propõe uma hipótese, outras hipóteses podem surgir e trazer soluções; sem refutar o estudo. Nossas pesquisas e produções buscam no conhecimento acadêmico elementos para olhar minucioso; outra perspectiva sobre uma prática, situação, dúvida ou questionamento. Não estabelece relação hierárquica, onde o saber normatizado sobrepõe o saber que se constitui na prática, mas dialogam a fim de obter respostas. Não engessa ou enquadra as pesquisas no formato cientifico, mas fornece elementos na analise do contexto em uma linguagem que possibilita a extensão deste diálogo também no espaço acadêmico.

É necessário estar atento ao contexto onde atuamos para identificar questões que carecem de reflexão e analise mais cuidadosa, tanto para atuar na pratica cotidiana, quanto para produzir em contexto acadêmico e compartilhar e contribuir com o campo. Ao produzir, alem de registrar com atenção e riqueza de detalhes o objeto de estudo; os aspectos da produção e estudo também precisam tornar-se claros (quais os meios, estratégia de coleta, quais os dados, em que contexto, com que pessoas, etc.) para validar e respaldar sua produção dentro da linguagem e campo acadêmico.

Paola

4 comentários:

Anônimo disse...

Paola o seu registro ficou ótimo.A aula com o Gol foi muito esclarecedora,principalmente para mim,que estava na dúvida em relação ao meu trabalho de final de curso.E as dicas que ele deu foram essencias para eu escolher o meu objeto de estudo.Abraços Ailton

Anônimo disse...

PAOLA PARABESNS PELO COMENTARIO. GOSTEI MUITO E ACREDITO QUE VC LEVANTOU UMA QUESTÃO SUPER IMPORTANTE P/ TODOS NO QUE DIZ RESPEITO DO ABISMO EXISTENTE ENTRE TEORIA E PRATICA. GOSTARIA QUE O GRUPO COMENTASE SOBRE OS CONCEITOS E PRECONCEITOS EXISTENTES. PENSO QUE A TEORIA TEM QUE AFIRMAR A PRATICA OU SEJA DAR SUPOTE P A MESMA.
BOI.

karla costa disse...

Sobre esse famoso abismo, hoje estou conseguindo percebê-lo menos fundo, ou seja, a teoria não pode ser vista como a ponte que me ligará ao meus alunos. E era assim que eu imaginava, por isso percebia o abismo, pois ela não me unia a eles. Hoje consigo percebê-la como o cimento, o concreto que me auxiliará a construir essa ponte. Sem a minha mão de obra, sem o meu "desenho" ou "projeto" da ponte, esse cimento não tem sentido nenhum. Eu sou o construtor dessa ponte, não a teoria. E era assim que eu a via. Estudando, eu precisaria somente passar pela ponte, já construída. Descobrir que a ponte até meus alunos tem que ser feita por mim foi assustador, e culpei a teoria por isso. Hoje percebo que um não funciona sem o outro. Não basta ter o cimento sem as ferramentas e o "projeto" e vice-versa.
Hoje meu projeto está em construção e começo a idealizar essa ponte, e esse processo é muito gostoso. Já não sei mais se queria encontrá-la pronta.
Quanto ao bate-papo com a tal da metodologia científica, foi interessante quebrar um pouco esse mito que o pesquisador está distante, de terno e gravata, jaleco, falando difícil. Minha pratica cotidiana pode se transformar em pesquisa, desde que eu escolha os "métodos" adequados para isso. O monstro me pareceu menos feroz e me fez não repugná-lo tanto.
Karla Costa.

Anônimo disse...

Legal saber que não foi só eu que me vi de frente com os "monstros" da monografia e melhor ainda, é saber que qualquer assunto pode sim se transformar em um trabalho legal e bem interessante. Fico feliz em saber que se procurarmos com olhos bem atentos poderemos sim contribuir para esse abismo nosso fique menos arduo para os outros.