domingo, 28 de setembro de 2008

A EJA

Olá colegas. Talvez não seja a pessoa mais indicada para relatar nosso último encontro, mas não gostaria de deixá-lo sem nosso registro no blog. Sintam-se a vontade de acrescentar informações, discordar, apagar, etc
Iniciamos com a história da EJA e sua ligação com movimentos sindicais e sociais importantes. O professor acrescentou que essa ligação é fundamental para o entendimento da EJA. Infelizmente nas escolas onde trabalhamos essa realiadade não se verifique, encontrando-se entre o maior número de alunos, os "impossíveis" que o ensino regular não deu conta, formando assim "salas depósito" desses alunos.
Alguns mitos sobre a EJA foram esclarecidos pelo professor como:
  • A escolarização em si garante uma idéia de cidadania;
  • A escolarização é garantia no mercado de trabalho;
  • A escolarização em si propicia uma leitura mais ampliada do real;
  • A leitura de tempo linear:logo os alunos da EJA tem um deficit que precisa ser suprido;
  • A EJA é sinônimo de ensino noturno;
  • A evasão como atitude exclusiva do indivíduo.

Num segundo momento assistimos ao filme "SEMI DEUSES" que me fez entender melhor o sentido dos "invisíveis" citado pelo professor.

Não fiquei para a discussão final por não me sentir a vontade em participar dela. E essa minha fragilidade vem do fato que consigo enxergar e sou sensível aos problemas sociais que nosso país enfrenta. Procuro fazer a minha parte, mas não consigo aceitar uma "culpa" que não é minha. E enfiá-la guela abaixo não me parece o melhor caminho.

Um abraço e até sábado com a discussão sobre o ESPORTE. Não vejo a hora....

Karla Costa.

6 comentários:

Raquel disse...

Achei que a aula do Cláudio foi importante pelo fato de que ela nos ajudou a ficarmos mais atentos a alguns modelos que deparamos dentro da escola e que acabam se tornando "naturais".
Muitas vezes fomentamos, sem nos dar conta, o discurso de que os alunos não querem aprender e não se comprometem com o aprendizado proporcionado pela escola, no entanto isto nos leva a pensar: e a escola tem se comprometido com o aluno? Temos dado conta da individualidade dos mesmos?
Então podemos transpor o conceito de "invisibilidade", trabalhado na aula, para dentro da escola. Quantas vezes não tratamos determinados alunos com essa invisibilidade? Quantas vezes no planejamento das aulas negligenciamos a existência desses alunos?
A Educação de Jovens e Adultos mexe não só com a estrutura da escola mas com um modelo de sociedade que há muito tempo tem culpabilizado estes jovens e adultos por não terem conseguido acompanhar um modelo escolar pensado e idealizado para alguns e não para todos.
Até o próximo encontro.
Bjos a todos!
Raquel

Anônimo disse...

Galera...
Participo desde os finais de março de uma escola de EJA na região de Contagem. O ensino é totalmente diferente do ensino regular que participo na parte da manhã. Bom, realmente bate de vez em quando uma reflexão sobre ser professor na EJA, pois temos alunos que têm idade pra ser meus avós, com histórias de vida incríveis que fazem perguntar porque este aluno está estudando, pra que? O público da minha escola tem uma média de 40 anos e é muito diversificado. A organização desta escola é diferente do PET. Aqui, temos divididos as matérias e os professores, porém a modalidade EJA propõe uma flexibilidade de tempos e competências. Temos aqui uma apresentação em power point que apresentamos no encontro da EJA em Contagem e vou socializar em breve para o nosso grupo. Faço o convite de visitação a nossa escola, fica no bairro Riacho, +- perto do pole-esportivo do riacho.

Abração, Gustavo

Paola Educação Física disse...

Os relatos de experiências com a educação de jovens e adultos costumam nos levar a refletir sobre o cotidiano que vivemos, as propostas a que nos filiamos, outras a que cedemos ou sucumbimos... Mas especificamente no exemplo trazido pelo Claudio, a desconstrução da forma escolarizada, e sua reelaboração a partir de outras intenções, nos desestabilizam. Ora, são anos de uma construção, de um imaginário de escola introjetado de forma tão sutil que nos parece natural. Reconhecer que a escola tem a forma do projeto que a estrutura nos faz repensar tanto o que foi feito de nós, em nossas trajetórias escolares, quanto que projetos temos sustentado... E O QUE FAZER A PARTIR DAÍ?
Há muito que fazer... E relatos como o do PET incomodam, mas não desanimam... É como tomar a pílula vermelha... rsrsrsrrs

karla costa disse...

Que bom! Fico feliz que minha postagem tenha finalmente movimentado este blog, com discussões e pontos de vista diferentes. Estávamos parecendo comadres conversando. Acredito que seja nesta troca de pontos de vista que poderemos crescer.
Em nenhum momento naturalizo esta forma escolar. Muito pelo contrário. E estou buscando fundamentar-me para, dentro das minhas possibilidades, dar minha contribuição para sua excelência. E a discussão com o professor não me incomodou por ser uma burguesa e achar que assim "tá bão". De qualquer maneira , refletirei sobre "minhas escolhas".

Paola Educação Física disse...

Sobre o que o Gu comentou de sua experiencia na EJA, da pergunta que se faz ao refletir sobre as histórias de vida dos seus alunos (homens e mulheres); as vezes me faço a mesma pergunta ao pensar nos alunos das escolas onde trabalho... estão estudando pra quê mesmo?

(E a pergunta não é por que frenquentam a escola... Para tal, já consigo imaginar algumas respostas e esperar outras tanto mais criativas dos rapazes e moças)

Para ambos (alunos de escola regular e EJA), a utopia de garantia de trabalho/emprego já não sustenta o discurso, ou é uma resposta insuficiente. As questões e as relações de trabalho e mercado são muito mais complexas...

Para além da obrigação legal, por que será que os jovens e adolescentes do ensino regular estudam?

Anônimo disse...

Mesmo não tendo assistido a aula do Cláudio, sinto necessidade em comentar sobre o assunto. Sabendo que ele é um expert no assunto sei que deve ter sido de grande valia, pois dominio do assunto e da vivência aflora seus poros. Da minha parte, volto a reforçar relato que já lançado em sala de aula, sobre a vivência deste formato de transmição e recepção de cultura, que é muito bacana e enriquecedor. Acho que devemos aproveitar o convite do Gustavo e tentar visitar, ou até mesmo assistir uma aula na escola em que ele está passando por essa experimentação.
Abraço e até sabado se Deus me permitir.